QUARTA-FEIRA, 16 DE ABRIL

DIA DA VOZ

Deixemo-nos levar pelo espírito da Páscoa, ou Pessach, segundo os judeus, e que significa “Travessia”: O longo caminho de 40 anos de um povo em busca da Terra Prometida. Na tradição cristã, é a consagração de uma nova voz que iluminaria o naturalismo helenístico, abrindo na Era da Boa Nova, o advento do perdão nos interstícios do diálogo. Para nós, simples mortais, a identidade da espécie: Aquele que fala. Com efeito, na vastidão da biodiversidade que recobre como fina camada vital o inanimado planeta, somos o homo comunicans e, graças a isso, inventamos a civilização. Diziam, inclusive, os antigos, que a escrita nada mais era do que o prolongamento da voz dos mortos. A eternização da palavra. Enfim, muitas recomendações poderiam ser feitas, neste Dia da Voz, sobre como educá-la.e preservá-la para uma boa fala durante a vida inteira. Mas prefiro escolher um “case”. Ocorreu-me há muito tempo, quando achava que já sabia tudo sobre as implicações da voz com a consciência. Ei-lo

Morava eu isolado no interior de Goiás, preocupado com os gambás que se haviam instalado no forro da minha casa, quando, numa tarde quente e ensolarada de agosto, recebo a visita de um amigo, Newton Rossi, alma poética, mineiro de Ouro Fino, figura célebre em Brasília por ter sido durante décadas Presidente da Federação do Comércio. Trazia-me ele, para conhecimento, um oriental de magreza preocupante, mas de olhos vivos e gestos precisos: Dr. Jonk Suk Yum, criador de um movimento denominado Unibiótica.

Dr. Jonk Suk Yum, médico coreano radicado no Brasil, desde 1976, fundou a Unibiótica que teve sua origem no estudo de cerca de 8.000 volumes de medicina, tanto oriental como ocidental compreendendo 18 grandes métodos de tratamento e 362 técnicas de cura.

Essa ciência traz resultados surpreendentes para quem a pratica, e não tem contra indicação, todos podem praticar!

Abaixo coloquei um link com um depoimento pessoal do próprio Dr. Yum onde ele conta um pouco sobre a sua vida e como nasceu a Unibiótica. Vale a pena ler!

Depoimento – Dr. Yum – Vida e missão

http://unibiotica.wordpress.com/dr-yum/

Depois de tomarmos o cafezinho regulamentar, conversamos sobre o dia e a noite no cerrado naqueles dias de seca, quando, surpreendemente, suas belas flores despontam. Newton me disse a que vinha:

- Timm, o Dr. Yum tem um livro – pronto , sublinhou – e precisa de um brasileiro como co-autor, pois assim terá mais aceitação do público. Te recomendei.

Era a primeira vez na vida que recebia algo escrito “de presente”. Escrevinhador inveterado, eu, geralmente, era o solicitado para fazer requerimentos, cartas, ações nos Tribunais de Pequenas Causas, discursos de políticos ou simplesmente trabalhos de classe. Estranhei, mas indaguei do que se tratava...

- Dr. Timm, falou o Yum, eis aqui – e me passou um calhamaço xerocado que ainda guardo – minhas reflexões sobre a “Voz de Deus” e a “Voz do Homem”. Falou sem parar durante meia hora, explicando o que era uma coisa e o que era outra. Retive apenas que a primeira se referia aos ensinamentos sagrados, imutáveis , objeto da Razão Pura de Kant, enquanto a segunda, seria a do aprendizado humano. Eu ia encaixando tudo no meu modelito como um caso de Vox Populi , Vox Dei, até dar-me conta que ele falava outra coisa: A voz do homem não era a reverberação da Voz maiúscula de Deus. Era mais forte!

Ôpa, pensei comigo! Mais um para o pavilhão ...

Fez-se, então um curto silêncio, entreolhamo-nos, mas o Dr. Yum, que muito me impressionara, mostrava-se inquieto até que, direta e repentinamente, me perguntou se eu subscreveria o manuscrito como co-autor. Respondi-lhe,, respeitosamente, que precisava ler os manuscritos e que dentro de alguns dias lhe daria uma resposta. Começava a me desagradar a aparente impaciência do visitante ilustre... Mas vá lá! Ia ver. Aí, o pacifico Dr. Yum interveio com determinação e disse que eu deveria decidir imediatamente, mesmo sem ler. Reagi, isto não faria nunca. De-ci-di-da-men-te!, disse-lhe, um pouco contrafeito. A conversa, então, congelou. Meu amigo Newton o arrastou para fora, depois de nos despedirmos friamente e eu fiquei com os manuscritos, que li naquele mesmo dia. Interessantissimo. Com uma ou outra ressalva teria passado para a História como seu co-autor. Conto-vos do que se tratava e aí a ligação com o Dia da Voz. Ele procurava demonstrar que a Voz de Deus é a voz milenar dos livros religiosos, que tem na India um lugar primordial, e a do Homem, o resultado da sua própria consciência, aí identificando a China como sua pátria de excelência. Tendo nestes anos lido mais sobre Confúcio e a China, hoje me dou conta do que ele queria dizer: Os chineses não têm religião, têm códigos morais úteis na indução de açõe Uma verdade prática, Voltarão a ser os Senhores do Meio...

Por via das dúvidas, e para registro da data, narro o caso e encerro. Vá o feito!